|
RESPOSTAS As respostas às perguntas serão aqui registadas e devem ser assinadas |
8.
Órgão de S. Martinho de Bougado Embora esta pergunta não fosse feita directamente para todos ela traz uma questão que, por vezes, me põem, quando se restaura um órgão - o diapasão. Muitas vezes encontramos os instrumentos já transformados e, se o seu valor é unicamente litúrgico, penso que se poderá deixar no diapasão normal. No entanto, e porque os tubos foram construídos com determinado diâmetro para soar com uma altura definida, o normal é que ele soe no seu som natural. O assunto deixa de ser discutível quando estamos perante um órgão histórico ou com valor histórico. É este o caso. Trata-se dum instrumento construído pelo importante organeiro do início do sec. XIX, Manuel de Sá Couto. O referido instrumento encontrava-se em mau estado geral, mas permanecia com os tubos quase na sua posição de origem. A maioria dos tubos foram, simplesmente, lavados e mantêm, rigorosamente, o som que tinham, sem qualquer trabalho de harmonização e afinação. Uma grande quantidade de tubos (foram todos registados) não levou qualquer toque com cones de afinação. Mantém o diapasão, rigorosamente original. Assim, jamais teremos a hipótese doutro diapasão, a não ser que, mãos criminosas e irresponsáveis, o façam. Limita a execução com outros instrumentos, mas creio que, hoje, esse problema é solucionável, pois a maioria dos instrumentos permite alterações até ao meio tom, ou então, um músico a sério pode tocar , alterando a armação da clave. António Simões, mestre organeiro |