César Franck (1822-1890)

César Franck começou a leccionar órgão no Conservatório de Paris em 1872.

Quando analisamos as suas obras para órgão, temos de considerar, o organista titular do órgão Cavaillé-Coll da Basílica de Sainte-Clotilde, como um reformista e um inovador.

De facto, durante o periodo em que leccionou no Conservatório, César Franck reformou o ensino de que estava encarregue, particularmente a improvisação no órgão que devia ser, segundo ele, realmente uma composição.

Foi um admirador de Beethoven, Haydn, Weber, Bach (o qual descobriu em 1884), ouvindo as suas músicas particularmente na "Sociéte des Concerts", e lendo algumas das suas páginas.

Deste modo podemos fácilmente imaginar como ele se tornou um convicto apoiante do rigor artístico.

Além disso, o seu professor no Conservatório de Paris, Anton Reicha, (um dos alunos de Salieri e discípulo de Haydn) iniciou-o na técnica da composição musical e teve uma grande influência no jovem estudante que ele era.

Reicha apesar de aconselhá-lo a adquirir uma vasta cultura, não só musical, deu-lhe um ensino tão condensado que permitiu ao jovem Franck adquirir em 2 anos, a base do conhecimento das diferentes construções musicais, especialmente o contraponto.

De facto, o principal mérito de Reicha foi ensinar César Franck a compor.

Ainda mais, como organista de igreja e cristão, César Franck pregava enquanto tocava, deixando o seu coração falar mas mantinha uma necessidade reservada de estar em harmonia com a dignidade decorrente de um local sagrado.

Então, comparado com outros músicos compositores desse periodo, as peças de orgão de Franck, constituem elas próprias uma reforma na música de igreja.

Por fim, ele é o reformista da quantidade, escreveu 150 páginas de música para órgão representando 12 opus.

A mensagem deixada nos seus 3 volumes de 1868, 1878,1890 "é melhor a qualidade que a quantidade".

Se César Franck inovou, não foi por escolher novas formas, mas adoptar aquelas já existentes, alargá-las, alterando o seu conteúdo.

A música sinfónica de órgão surge nas igrejas: alegrias e tristezas são reflectidas nos ritmos e as harmonias onde a expressão e lirísmo atinge o auge.

Franck conhece os compositores antigos, ele pratica o cánon, o prelúdio, a fuga, mas torna-os únicos.

Pode-se dizer dele o que Maurice Emmanuel escreveu "o edifío engrandece-se mais pela grandeza dos seus perfis, pelo equilibrio aéreo da sua estrutura , que pela regulariedade da armação".

Por fim, a expressão da melodia, a riqueza destes grandes voos musicais (cf o adagio do Coral em La menor) fazem estas peças soarem mais humanas e ajudam a evitar uma certa monotonia nos ritmos.

Evoquemos também a maravilhosa facilidade de Franck em melodiar. Não há limites para a sua inspiração, ele "gosta de abrir as janelas" (Norbert Dufourcq) a novas teclas, do qual o Choral em Si menor é o mais brilhante exemplo.

Ele também inovou no campo da harmonia.

O seu acordes são resolvidos naturalmente apesar de serem audaciosamente dissonantes, estas dissonâncias criam uma atmosfera particular , uma atmosfera "franckista", de acordo com alguns.

Norbert Dufourcq escreve "em Franck, a melodia é a fonte do lirísmo mas a harmonia é a fonte da expressão".

Maurice Clerc

(notas do CD "CESAR FRANCK - M.CLERC, ORGUE ST-SERNIN / TOULOUSE" 1989)

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