Girolamo Frescobaldi (1583-1643)
Ele ocupará este posto até à sua morte, salvo entre, 1628 e 1633, periodo em que ele foi organista do Duque da Toscana. Músico prodigioso, Frescobaldi, conhece no seu tempo, um grande sucesso como virtuoso. O seu primeiro concerto dado em São Pedro de Roma reuniu um auditório de 30.000 pessoas!... Dotado de uma magnífica voz de tenor, como dizem os seus contemporâneos, ele cantava em acompanhamento. As suas "Fiori Musicali" contêm um ricercare no qual uma quinta voz deve ser cantada obrigatóriamente. O seu renome devia ser enorme para lhe poder permitir aceder, à idade de 21 anos, um lugar na associação da "Congregação e Academia de Mestres e Professores de Roma" fundada em 1584 por Palestrina. Contrapontista muito hábil, Frescobaldi, espanta-nos pela escrita sólida e rigorosa dos seus Ricercari com combinações polifónicas sábias. Ele emprega alternadamente a liríca e mística nas suas Toccatas e Canzoni com ritmos livres e diversos. A arte de Frescobaldi também brilhou no estrangeiro, em particular na Alemanha ,por intermédio do seu aluno Froberger. Bach tinha uma grande consideração pelo grande organista italiano e sabe-se que copiou pela sua própria mão as "Fiori Musicali". Em França, Frescobaldi tinha uma certa influência sobre Roberday. Com Frescobaldi atingiu-se o periodo de ouro do órgão clássico italiano. À semelhança dos seus contemporãneos, Frescobaldi exprime-se dentro das formas que variam muito pouco. Mas as, Toccatas, Ricercari e Canzoni, tendem sob a sua pena, a ter uma personalidade cada vez mais marcada. A Canzone, hoje construída sob os temas de canções polifónicas do séc. XVI, perde pouco a pouco este carácter vocal que ela oferece com Gabrieli, para se tornar uma obra puramente instrumental. Ela anuncia deste modo a futura Sonata. A Canzone Frescobaldense é composta por uma suite de couplets onde o último é muitas vezes uma re-exposição dum primeiro mais ornado. Estas fazem surgir uma alternância de compassos binários e ternários. Os temas são quase sempre alertados e expostos em estilo de Fuga. A Toccata continua hoje uma peça brilhante que valoriza os dedos do intérprete. Mas se ela apresenta ainda uma extrema fragmentação, um mosaico de passagens Fugués, de episódios melódicos, de ritmos diversos, um plano mais preciso aparece no decorrer do qual as ideias são mais largamente desenvolvidas. A Toccata IX oferece-nos um maravilhoso exemplo deste estilo improvisado no qual se mistura o lirismo e a majestuosidade. René Saorgin (notas do CD "ORGUES HISTORIQUES ITALIENS-BRESCIA / BASTIA" 1989) |
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OBRAS TOCADAS EM CONCERTOS |
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