Félix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847)

Neto do filósofo judeu Moses Mendelssohn e filho dum abastado banqueiro de Hamburgo convertido ao protestantismo luterano, Félix Mendelssohn-Bartholdy é uma das pricipais figuras do movimento romântico.

Podendo sentir-se tentado a fazer uma vida diletante que a fortuna da família lhe permitia, Mendelssohn preferiu dedicar a sua breve vida aos seus dons interpretativos e criativos.

Como pianista prodigioso, iniciou a sua carreira em Berlim com apenas 9 anos.

Mas não foi só precoce no seu talento de intérprete, pois aos 16 anos tinha já escrito Óperas, Concertos, Sinfonias, Cantatas e pequenas peças para Piano.

A atmosfera cultural que se vivia na casa da sua família em Berlim, foi decisiva na formação estética de Mendelssohn, uma vez que homens da cultura como Hegel, Humbolt e Friedrich Rosen frequentavam este círculo familiar onde se lia Jean Paul, Shakespeare e Goethe.

Mendelssohn sente necessidade de encontrar um idioma próprio como músico, dedicando-se durante 5 anos ao estudo e desenvolvimento da sua técnica compositorial, cujo amadureceimento é particularmente evidente nos últimos 10 anos da sua vida.

Sem recorrer às inovações harmónicas dos seus contemporâneos, sem a intensidade emotiva de um Wagner ou a exuberância de um Berlioz, Mendelssohn possuía o sentido da jovialidade espiritual, uma sensibilidade única para a diversão pura e um sentido de elegância harmoniosamente associado a um fervor romântico moderado.

Roy de Campos Rosado

Félix Mendelssohn foi o prodígio mais precoce que a música ocidental conheceu, batendo Mozart, ainda antes dos 20 anos, na composição de obras musicais de notável maturidade artística.

Aos 16 anos já tinha completado o seu magnifico Octeto de Cordas, Op. 20 e provado o seu virtuosismo no violino e piano.

Para além de músico completo, foi também um poeta talentoso, um poliglota e um filósofo, iluminando com um toque de excelência qualquer expressão artística à qual se pudesse dedicar durante o tempo suficiente.

Homem culto e viajado, recebeu uma sólida formação musical das mãos do eminente professor berlinense Carl Zelter, evoluindo rapidamente no sentido da valorização dos estímulos da imaginação romântica.

A sua actividade diversificada exerceu uma forte influência intelectual sobre a música do seu tempo, dedicando um verdadeiro culto à música de J. S. Bach (que ajudou a reabilitar) e de Händel e concretizando interpretações modelares das sinfonias de Beethoven e das óperas de Mozart.

Mendelssohn escreveu 5 sinfonias para grande orquestra ( a que se podem somar mais 12 obras de juventude, mas apenas para conjunto de cordas), entre as quais:

  • 3ª ,Escocesa

  • 4ª, Italiana

  • 5ª, Reforma

se encontram entre as mais tocadas.

Este facto não sugere, no entanto, qualquer demérito em relação às duas primeiras e inclusive, a 5ª Sinfonia não se instalou originalmente nos programas de concerto com a mesma facilidade das duas percedentes.

O rigor da construção musical caracteriza as obras sinfónicas de Mendelssohn, assim como o seu equilíbrio instrumental, a clareza do discurso, e a sua flexibilidade melódica.

Apesar de ligadas a um sentido métrico clássico ( no que Mendelssohn pode ser considerado como o último grande músico deste estilo), descobre-se no seu melodismo e nas suas harmonias uma grande sensibilidade que nas últimas obras para orquestra seria extremamente permeável às impressões visuais.

(notas do XXXV Festival de Música de Sintra, 2000)

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