A carreira de Antonio Soler desenrolou-se entre os dois principais centros musicais e religiosos da Espanha do séc. XVIII, o Mosteiro de Montserrat, perto de Barcelona, e o Escurial, a noroeste de Madrid. A educação musical do jovem Soler em Montsserat foi inteiramente litúrgica. Ele entrou no coro da escola com 6 anos e estudou em seguida órgão e composição. Segundo os testemunhos, ele foi um aluno brilhante. Logo que chegou ao Escurial, como mestre de capela, até por volta de 1750, ele teve que alargar os seus horizontes musicais para se adaptar ao vasto inventário de responsabilidades que o posto acarretava. O Mosteiro foi criado em 1563 como panteão real, mas no tempo de Soler os monges da ordem de S. Jerónimo, tornaram-no um local de peregrinação de toda a Europa, e a corte espanhola passava lá regularmente o outono . Os músicos do Escurial, deste modo familiarizaram-se, tanto com a música profana e de divertimento da corte, como com a litúrgica. Soler foi para Madrid para ter aulas de teclado com José de Nebra e Scarlatti, e as suas obras de câmara mostram que ele sabia escrever dentro dos estilos internacionais mais recentes, representados pelos compositores como Haydn e Boccherini(que trabalhou no corte de Espanha apartir de 1768). Pondo de lado as obras para teclado sozinho,que são hoje as mais conhecidas, Soler compôs música para os três principais locais onde se tocava música no seu tempo:
A sua música vocal compreende 81 obras sobre textos em latim e 127 sobre textos vernaculares, assim como um grande número de cantates e villancicos que associam o canto a um acompanhamento instrumental, à dança e ao teatro. Ainda subsistem 22 peças para teatro, e um certo número de obras de música de cãmara, entre as quais as mais originais são os Seis Quintetos para dois violinos, viola, violoncelo e teclado obligato. Esta diversidade é explicada em grande parte pelo mecenato e pelos gostos de um só homem, o Infante Don Gabriel (1752-1788), de quem Soler foi mestre de música apartir dos meados de 1760. A "Casita de Arriba", a casa de verão e o salão de música, que Carlos III construiu para o Infante perto do mosteiro, ocupou claramente um papel central na vida cultural do Escurial. Foi recentemente restaurada, e os visitantes podem ver agora como o edifício era usado. Os instrumentistas encontravam-se nos quartos do andar superior, que dava para um quarto no andar inferior onde os convidados assistiam. É um lugar manifestamente íntimo dedicado a uma prática musical doméstica, com um ambiente requintado. A maioria das composições para teclado de Soler são ao mesmo tempo peças de contraponto destinadas ao uso litúrgico, e sonatas isoladas ou em par, com vários andamentos, ao estilo de Scarlatti, e da emergente escola clássica de Viena. Soler não procurou reunir ou publicar a sua produção, como foram feitas as Sonatas de Scarlatti, assim sendo a cronologia é praticamente impossível de establecer. Somente uma recolha foi impressa, os XXVII Sonatas para clave (publicada por Robert Burchall em Londres, por volta de 1722), e isto surgiu porque Soler apresentou o manuscrito a Lord Fitzwilliam durante a sua visita, ao Escurial em Fevereiro de 1772. No entanto, apartir de 1776 e até à sua morte em 1783, Soler produzia por ano, uma colecção de 6 grandes peças para o seu mecenas, o Infante Don Gabriel ,apreciar. A primeira destas colecções, os Seis Quintetos, é o Opus nº 1e é datado de 1776. Cada volume de apresentação também tinha a anotação "para la diversión del sereníssimo Infante de Espanha don Gabriel de Borbón". Os Seis Concertos para dois órgãos também têm esta anotação, que ao que parece indicava que também eles pertenciam à apresentação anual, se este pensamento estiver correcto, a data da composição deve ter sido entre 1780 e 1781. Barry Ife (notas do CD "SOLER-6 CONCERTOS FOR 2 ORGANS",1993) |
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