William Christie

Cravista, chefe de orquestra, músicólogo e pedagogo, William Christie é o artesão de uma das mais extraórdinárias aventuras musicais dos últimos 20 anos, pioneiro da redescoberta, em França, da música barroca, revelou a um público cada vez mais alargado o repertório francês dos séc. XVII e XVIII.

Natural de Buffalo (estado de Nova Iorque), formado em Harvard e em Yale e residente em França desde 1971, a carreira de William Christie tomou um rumo decisivo quando fundou em 1979 Les Arts Florissants.

À frente deste conjunto instrumental e vocal impôs, muito rapidamente, na sala de concertos e no palco de ópera, um traço muito pessoal de músico/homem de teatro, renovando a interpretação de um repertório até então muito negligenciado ou esquecido.

Foi em 1987 que conheceu uma verdadeira consagração pública com Atys de Lully na Ópera Comique, produção que triunfaria também em numerosas salas a nível internacional.

A sua predilecção pelo Barroco francês nunca se extinguiu.

De Chrapentier a Rameau, passando por Couperin, Mondoville, Campra ou Montéclair, ele é o mestre incontestado da tragédie-lyrique como da opéra-ballet, do motete francês como da música da corte.

Mas a sua ligação à música francesa não o impede de explorar outros repertórios europeus, muitas interpretações da música italiana (Monteverdi, Rossi, Scarlatti) foram marcantes, abordando com igual felicidade Purcell, Händel ou Mozart .

A sua abundante produção discográfica (mais de 70 gravações coroadas com numerosos prémios e distinções em França e no estrangeiro) para a Harmonia Mundi e para a Erato-Warner Classics (em Exclusividade depois de 1994) são testemunhos disso.

A sua produção lírica desenvolve-se a um ritmo muito sustentado e as suas colaborações com grandes nomes do teatro e da ópera:

  • Jean-Marie Villégier
  • Robert Carsen
  • Alfredo Arias
  • Jorge Lavelli
  • Graham Vick
  • Adrian Noble
  • Andrei Serban

assumem-se sempre como grandes acontecimentos:

  • Ópera de Paris ( Hippolyte et Aricie em 1996, Les Indes Galantes e Alcina em 1999)
  • Teatro de Caen (Médée em 1993)
  • Ópera do Reno (O Rapto do Serralho em 1993)
  • Théâtre du Châtelet (King Arthur em 1995)
  • Festival de Aix-en-Provence, onde Les Arts Florissants apresentaram numerosos espectáculos, como Castor et Pollux (1991), Fairy Queen (1992), A Flauta Mágica (1994), Orlando (1997) e um recente e triunfal Ritorno d'Ulisse in Patria de Monteverdi.

Enquanto maestro convidado, William Christie responde regularmente às solicitações de festivais de arte lírica como o de Glyndebourne (onde dirigiu a Orchestra of the Age of Enlightnment em Theodora e Rodelinda de Händel) ou de casas de ópera como l'Operhaus de Zurique, onde dirigiu Iphigénie en Tauride de Gluck.

Em Outubro de 2002 dirigiu uma série de concertos à frente da Berliner Philharmoniker.

A formação e inserção profissional de jovens artistas são igualmente preocupações primordiais de William Christie, que revelou em 25 anos de actividade várias gerações de cantores e instrumentistas.

Foi no trabalho com Les Arts Florissants que uma grande parte dos directores de agrupamentos barrocos começaram a carreira.

Professor do Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, responsável pela classe de música antiga (1982 a 1995), William Christie é frequentemente convidado a dirigir cursos de aperfeiçoamento e academias como as de Aix-en-Provence ou de Ambronany.

Com a intenção de aprofundar o seu trabalho como formador e como descobridor de talentos, lançou em 2002 a primeira edição do Jardin de Voix, um projecto que inclui uma academia em Caen e uma digressão internacional.

Cavaleiro da Legião de Honra desde 1993, William Christie adquiriu a nacionalidade francesa em 1995.

É igualmente Oficial da Ordem das Artes e das Letras.

(notas do programa lsb25_17nov02)

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